Groundforce - Ainda não há luz ao fundo do túnel
Na sequência de mais uma reunião hoje realizada com a Menzies, onde todos levávamos a esperança de alcançar um acordo, nomeadamente no que às tabelas salariais diz respeito, foi com desalento que percebemos que Sindicatos e putativo investidor, estão ainda muito longe de alcançar qualquer acordo. Sendo certo, que a Menzies se comprometeria nos graus mais baixos a acompanhar o SMN, também é certo que quem por várias vezes já tirou esta empresa do vermelho, continuaria a ver os seus ordenados inalterados. Situação que não pode, mais não seja, pelo brutal aumento de vida, acontecer. Quem sempre salvou a empresa e se sacrificou pela mesma, tem de ver o seu esforço reconhecido. Os trabalhadores da Groundforce estão conscientes da situação da empresa, no entanto, também sabem que se é para ser sempre os mesmos a pagar a fatura, então, se calhar, também não precisamos que venha alguém de fora dizer-se ser a maior empresa de Handling do mundo, para no fim recuperar a empresa novamente com o esforço só dos trabalhadores. Não podemos conceber que os credores recebam 100% dos seus créditos e, quem todos os dias sua a camisola pelo bom nome, largamente reconhecido por todos, da empresa se veja novamente debaixo de um rolo compressor com tabelas salariais estagnadas, congelamentos de carreiras ou de anuidades. É uma linha vermelha que estes sindicatos não estão dispostos de maneira alguma a deixar que se ultrapasse.
Consideramos, no entanto, positivo, a apresentação do modelo operacional da Menzies, que julgamos poder rentabilizar recursos e até ir de encontro ao tão almejado horário de rotação 4-2 (onde só à 7ª semana se cumpriria um turno de 5 dias). Lamentavelmente, tal aproximação não é de todo suficiente para chegarmos a um acordo. Para que tal aconteça, é preciso que a Menzies entenda que a atualização das tabelas salariais tem de ir ao encontro da evolução do SMN, não só para os graus de entrada, mas na respetiva proporcionalidade para os restantes graus. Os trabalhadores ou os seus representantes, não foram consultados aquando do acordo entre TAP e Menzies para um desconto de 15% em 3 anos no preço do Handling, portanto, não serão também estes a pagar estes e outros descontos, que o possível investidor queira fazer aos seus clientes. A manterem-se as actuais condições, que estrangulam cada vez mais o poder de compra e nível de vida dos trabalhadores, não sabemos até quando conseguiremos manter a paz social, até agora conseguida, só porque os trabalhadores ainda acreditam que a Menzies é um verdadeiro investidor e não uma qualquer empresa que investe só numa parte do negócio, deixando de fora quem realmente o faz levantar voo.
Apesar de todo esse fosso que nos separa, continuamos disponíveis para fazer parte da solução, como sempre fizemos. Acreditamos que é possível chegar a um acordo e estamos aqui para o poder trabalhar.
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