MAU TEMPO EM LISBOA OBRIGA A DESVIO DE AVIÕES PARA O AEROPORTO DO PORTO
O nevoeiro intenso que se instalou no Aeroporto de Lisboa está a provocar atrasos consideráveis num número alargado de voos. Com efeito, as restrições nas aterragens e descolagens ditaram já cerca de uma dezena de voos divergidos para o aeroporto do Porto, causando o caos total nas ligações aéreas com a capital, e por sua vez nas conexões com voos para outros destinos europeus e intercontinentais.
Estes constrangimentos irão prolongar-se até pelo menos ao final da tarde de hoje visto que a previsão das condições meteorológicas para o aeroporto Humberto Delgado é de continuidade da incidência de nevoeiro intenso, com redução drástica da visibilidade vertical ( cerca de 100 metros ), obrigando aeronaves, pilotos e controlo aéreo a procedimentos específicos de aproximações por instrumentos ( ILS ), o que penaliza significativamente a pontualidade das companhias aéreas devido ao maior espaçamento entre aterragens e descolagens, sendo que os operadores que não possuem certificação técnica para este tipo de operação, poderão mesmo ver os seus voos atrasados várias horas, a exemplo do que se verificou esta manhã.
Esclarecimento técnico:
Categorias de ILS
Dependendo do tipo de equipamento instalado em terra, do equipamento de bordo e da qualificação dos pilotos, uma aproximação pelo ILS pode ser enquadrada em três categorias:
• Categoria I – Nesta categoria, a aterragem só pode ser efetuada se a visibilidade na pista ou RVR (Runway Visual Range – uma medida eletrônica) for igual ou superior a 800 metros (2.400 ft) e o avião estabelecer contato visual na DA (Decision Altitude – Altitude de Decisão) de 200 ft ou acima. Nota: Se a pista for equipada com balizamento central, a visibilidade medida eletronicamente (RVR) pode ser reduzida para 600 metros (1.800 ft).
• Categoria II – Nesta categoria, o pouso pode ser efetuado se o RVR for igual ou superior a 400 metros (1.200 ft) e o avião estabelecer contato visual na DH (Decision Height – Altura de Decisão) de 100 ft ou acima. Para operar com os mínimos citados nesta categoria, é requerido o uso do piloto automático até a DH e os pilotos têm que estar oficialmente credenciados.
• Categoria III – Nesta categoria não há definição de DH, mas somente de RVR, para três subcategorias:
– Cat III A – RVR mínimo 200 metros (600 ft)
– Cat III B – RVR mínimo 100 metros (300 ft)
– Cat III C – RVR zero
Uma aproximação Cat I pode ser efetuada manualmente; nas categorias II e III é requerido que os pilotos estejam devidamente credenciados, e que se utilize o Piloto Automático sendo que, para operar na Cat III, ele tem que ter capacidade de efetuar o pouso automático (Autoland). É recomendado, entretanto, que o pouso automático seja usado também na Cat II.
Estas informações são sempre úteis em momentos como este.